Espaço de comunicação de ideias e de práticas. Incentivo ao diálogo, à reflexão crítica sobre temas inter e transdisciplinares. Divulgação de artigos, acontecimentos, atividades de formação organizadas pelo CFAE e escolas associadas.
Quinta-feira, 14 de Setembro de 2017
Artigos e Comunicações

Filosofia com Crianças e Jovens

É sempre com muito agrado que me associo ao CFAE Coimbra Interior para a divulgação de formação em Filosofia com Crianças e Jovens. Vou tentar antecipar algumas perguntas que possam ocorrer a quem ouvir falar deste programa educacional pela primeira vez.

  • O que é? 

 

    1. Filosofia com Crianças e Jovens (FcCJ) foi criado por Matthew Lipman, nos Estados Unidos da América, nos finais da década de 60. Trata-se de promover o aprender a pensar no seio do percurso escolar dos alunos. Não faz sentido aprender uma panóplia de conteúdos sem promover as necessárias competências para transformar informação em conhecimento. Não falamos apenas em competências cognitivas. FcCJ visa promover o desenvolvimento do pensamento crítico, do pensamento criativo e da cidadania; ou seja, ao rigor lógico, junta-se a liberdade do pensar alternativo, bem como a prática de hábitos de conduta assentes no respeito mútuo entre todos os participantes de uma aula transformada, agora, em comunidade de investigação. O diálogo ocupa lugar central na produção de conhecimento, o que faz com que esta seja uma metodologia não directiva, antes dialógica, fomentando um pensar autónomo, mas também cooperativo por parte dos alunos. O professor assume o papel de moderador ou facilitador da discussão filosófica; não é aquele(a) que tem todas as respostas, antes alguém que coloca boas e estimulantes questões ao promover o trabalho da agenda de discussão feita a partir das interrogações dos alunos acerca de um texto que leram.
  • Para quem é?
    1. Para quem é – alunos?
    2. Para quem é – professores?

 

  1. Vamos desdobrar esta questão em duas:

Para que alunos está pensado o programa de Filosofia com Crianças e Jovens? Para todos os alunos, de todos os níveis e áreas de ensino, a partir dos 5 anos, inclusive. A introdução de FcCJ no final do pré-escolar contribui para o desenvolvimento de hábitos e competências que ajudarão os alunos na difícil passagem para o 1º Ciclo, altura em que vão ser confrontados, pela 1ª vez, com a questão da avaliação. Ao promover uma participação interessada por parte dos alunos, FcCJ será uma linha de continuidade no progresso escolar, na passagem pelos sucessivos níveis. No contexto nacional, esta metodologia está pensada para uma aplicação que, iniciando-se nos 5 anos, cubra todo o Ensino Básico.

Que professores podem por em prática FcCJ? A quem é que esta área de dirige? A questão não se prende tanto com a área científica dos docentes como com o perfil destes. Não estando vinculado a nenhum grupo disciplinar específico, qualquer professor, após uma rigorosa formação em FcCJ, estará capacitado para a por em prática. Requer, contudo, um certo perfil de professor. Não está dirigido a professores que não são capazes de sacrificar uma planificação em prol dos interesses emergentes numa discussão que esta não contemplou. Nem aos professores que não dão lugar ao diálogo ou que não aceitam o carácter provisório do conhecimento em constante construção. Estará, sem dúvida, dirigido a todo o professor que adora sê-lo, que cresce, pessoal e profissionalmente, com o crescimento dos seus alunos.

  • Qual o seu lugar na Escola?Ao ter como inimigos a iliteracia e o abandono escolar, será uma boa parceira no processo de ensino-aprendizagem.Maria José de Figueiroa-Rego

Por se constituir como um fórum de discussão, uma ágora dentro do próprio sistema educativo, o seu lugar na Escola será sempre aquele que proporcionar a sua prática transdisciplinar. Na realidade, ao promover o pensamento abstracto é uma boa aliada da matemática; ao promover a leitura e a interpelação de textos, assim como desenvolvimento da oralidade, desenvolve o domínio da Língua Portuguesa. Ao pautar-se por uma conduta de respeito na intervenção num espaço comum, promove, pelo seu exercício, a formação cívica; ao fomentar a investigação, é uma boa aliada de disciplinas científicas; etc.

Ao ter como inimigos a iliteracia e o abandono escolar, será uma boa parceira no processo de ensino-aprendizagem.

Maria José de Figueiroa-Rego



publicado por cfaeci às 15:50
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